O trabalho com a arte - ou com elementos artísticos - exercita, sobremaneira, a referência de percepção artística no desenvolvimento das pessoas. E é com essa percepção que o sujeito conta para as elaborações de criatividade e sensibilidade, só para ficar em duas variáveis que rimam e contribuem bastante para os estágios de evolução.
Nas escolas, os agentes pedagógicos devem valer-se dessa premissa. Qualquer indivíduo, ao largo de suas formações, precisa dos componentes estéticos desenvolvidos para o seu pleno desenvolvimento. Enxergar o mundo pela ótica da sensibilidade, além de uma possibilidade formativa, é uma necessidade neste mundo que exige comportamentos dinâmicos e de soluções positivas. Pode ver, o sujeito que consegue ver além das superfícies rasas e enxergar ali nuances quase que mágicas de caminhos possíveis desenvolve uma postura de proatividade e de transformações de mundos... é desse sujeito de que precisamos!
Precisamos de alguém que coloque resoluções coloridas nas trilhas preenchidas de cinzas impossibilidades. Para isso, é preciso modificar olhares, modificar comportamentos, modificar atitudes. Aqui, a capacidade de exercitar a experimentação deve ir além do que é normal. Eis aí a ponte com a referência aos espaços escolares: cabe aos agentes pedagógicos procurar motivar nos estudantes essa capacidade de experimentação; vale destacar que a ideia de experimentação é tão válida para o desenvolvimento pessoal, que ela nos acompanha cotidianamente. Está na experimentação, essa variável diária, o movimento constante de aperfeiçoamento. O que aconteceu com esse aspecto foi que nos avanços da humanidade, perdemos as instâncias da experimentação, porque nossa evolução cultural cobriu-nos de medo e de insegurança frente às tentativas que devemos fazer.
E a percepção estética, além dos preceitos da experimentação, passa por uma série de variáveis: vivências, experiências, formação etc. É um processo extenuado de evolução.
Por esses dias, acerca desse tema, fui indagado por uma senhora que se deu conta de que estava frente a frente com um artista (vejam só!) da minha opinião sobre cores e combinações. Eu a ouvia atentamente, mas disse-lhe que não havia uma resposta pronta e única sobre o seu questionamento, que a ideia de combinação de cores abrigava-se um referencial mais pessoal e abstrato do que se poderia imaginar. Por fim, conversamos bastante sobre as ideias contidas aqui neste publicação. Ao final de tudo, quis dizer-lhe que o meu trabalho artístico é, em grande parte, intuitivo, mas não sei como ela entenderia isso. Normalmente, associamos a referência de intuição a um processo mágico, em que se "recebem" as ideias já encaminhadas. Para mim, o trabalho intuitivo, componente das elaborações de percepção estética, é resultado de dois processos desgastantes: a autocrítica e a determinação de experimentar.
E vejam que apontei sobre a ideia de determinação... Experimentar é uma determinação! A autocrítica, por outro lado, nasce da capacidade de rever-se o tempo todo.
O conceito estético, que molda os aspectos do desenvolvimento humano, pode tornar-se o elemento de essencialidade nas transformações do mundo que nos cerca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário