segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Diversificação de repertório

Nos espaços escolares, o pressuposto fundamental de um trabalho pedagógico que vise, verdadeiramente, aos processos de desenvolvimento pessoal, deveria estabelecer como paradigma básico o princípio da diversificação do repertório do aluno.
Ao ingressar na Escola, os alunos apresentam certo conhecimento de mundo e das relações sociais; não nos cabe a preocupação em julgar se esse aparato que o aluno possui está em aspecto valorativo dessa ou daquela natureza. Entretanto, minha função de Educador permite-me antecipar que, nos caminhos naturais de evolução, essa estrutura que o aluno traz não é suficiente. A vida que virá pela frente, dinâmica e pontilhada de desafios, vai exigir um constante aperfeiçoamento na revisão de trilhas e rumos.
Além disso, sabemos, ainda, que a diversidade não se consolida em singular conhecimento. Cada situação representará uma demanda específica de ação e comportamento, fundamentada nas percepções das inteligências múltiplas.
É aqui que entra o princípio da diversificação do repertório.
Ao trazer o seu repertório de informações e premissas, o aluno até já está constituído de bases, às vezes até bastante elaboradas. Os processos pedagógicos devem ser constituídos, na dimensão da reformulação dos conhecimentos, de forma a proporem a tal diversificação de repertório.
Talvez a primeira grande reflexão sobre esse princípio seja a de que os agentes pedagógicos - alunos, professores etc - necessitam estabelecer a consciência precisa da dimensão de o quanto se conhece desse repertório - primeiro, do que é trazido para a Escola; depois, do que será necessário aos caminhos da sociedade.
Veja que deve haver uma leitura de mundo, por parte dos professores e da Escola, de o quanto a sociedade estabelece de repertório necessário para que os sujeitos tenham sucesso e prestígio em seus caminhos. E aqui, essa leitura de mundo transcende o que se estabelecem nos componentes curriculares; é preciso, além dos conteúdos, que a Escola traga a consciência do que é necessário, nos tempos e locais em que estão inseridas, para que a formação de seus alunos seja mais elaborada.
O conhecimento do repertório trazido leva, justamente, à reflexão ao entendimento das demandas de alternativas - a percepção das potencialidades e limites dos indivíduos -, em torno das quais verificam-se as possibilidades de mudanças de rotas e aplicação dos acréscimos de novos repertórios, que serão exigidos. O aluno precisa entender que ao seu conhecimento devem ser juntados outros, respeitadas as potencialidades e estabelecidos os limites de suas ações. A propósito da questão das potencialidades, a diversificação do repertório precisa levar em conta essa variável - é no conhecimento dos potenciais e limites, que se positiva essa diversificação de repertório.
Ao circunstanciar seu trabalho no princípio da diversificação do conhecimento que o aluno traz, a Escola possibilita melhores caminhos no processo de desenvolvimento e contribui para que a evolução pessoal seja fundamentada em variáveis de elaboração mais positiva.

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