Em grande parte das escolas, por essas paradas e nesse período, acontece o recomeço das aulas, na retomada do segundo semestre letivo. Em um plano ideal, todos os agentes constituintes nos espaços escolares chegam a esse dia carregados de energia boa e de vontade positiva... Bom, em um plano ideal, é verdade. A questão é que, pelo menos no âmbito reflexivo, podemos pensar um pouco em o quanto este idealismo afasta-se do real.
Em princípio, e é preciso que se ressalte, uma boa parte de professores, de escolas e de alunos, realmente, voltam ao segundo semestre letivo carregados de boa vontade e de esperanças em um crescimento de qualidade.
O retorno às aulas precisa ser pensado como uma retomada, em que se analisem os prós e contras dos rumos que se seguiram até aqui. A palavra "retomada" não pode ser pensada de forma retórica, sem que enxerguemos aí as várias possibilidades de redimensionamento do que já aconteceu. O pressuposto para isso está no malfadado planejamento escolar.
Quando se organiza um planejamento (de qualquer empreitada), deve-se considerar os processos de encaminhamento dos rumos de onde se quer chegar. A dinâmica escolar já é conhecida de longa data e as pausas semestrais são rotinas que bem conhecemos.
Na organização do planejamento escolar, lá no começo do ano, havemos de dar importância a todos os caminhos das atividades pedagógicas, estabelecendo propósitos bem claros e definidos. A retomada é um desses caminhos e propósitos, a ser enxergado desde cedo.
No mais, é preciso, para além dos processos burocráticos, acreditar em novas ações (ou velhas ações com novos propósitos, que seja!) que reinventem os fazeres pedagógicos. Sobretudo, que todos percebam que a reinvenção não é falácia e nem está imbuída de espetáculos pirotécnicos - a reinvenção está, como já nos ensinou o mestre Rubem Alves, no fazer artesanal, delicado, de entender a Educação como o mais importante referencial de desenvolvimento humano.
Nesse campo, havemos de nos perguntar: onde estão os nossos sonhos?
Trazer os olhos carregados de sonhos e levá-los (os olhos brilhantes e os sonhos, idem) aos espaços escolares há de ser elemento contagiante irresistível para a construção de novos parâmetros em busca de uma educação de melhor qualidade. Sem contar que os nossos olhos carregados de sonhos enxergam melhor os olhos carregados de sonhos dos outros; imaginem uma teia em que os olhos carregados de sonhos de um encontram-se com os olhos carregados de sonhos dos outros e perfaçam uma grande comunidade de sonhadores, em que se vislumbre uma realidade melhor possível.
Por favor, não façam a leitura rasa de que sonhos não enchem barriga. Não estou falando dos sonhos que residem na inércia de quem acredita na espera; estou falando dos sonhos que se vestem de desejos na proatividade dos que acreditam na esperança.
E é de esperanças que devemos fazer o projeto de retomada das atividades nas escolas que recebem, por esses dias, o movimento frenético de mentes desejosas de reconstruírem sua realidade.
Bom recomeço a todos!
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