A ideia de “Demanda Pedagógica” é um conceito interessante:
tudo aquilo que desencadear a necessidade de uma ação nos espaços educacionais,
seja ela diferenciada ou não, seja ela imediata ou não, representará uma
demanda pedagógica. O movimento de busca de encaminhamentos para as mais
diversas situações representa o tal conceito dessa demanda. Quer dizer, sua
atitude cria uma referência de ações para entender as situações que enfrenta. A
partir do movimento causado por essa demanda, estudam-se alternativas e/ou
soluções para que haja o enfrentamento de um problema.
A remissão a uma ideia grandiosa de busca aproxima-se
aqui com o conceito de “demanda pedagógica”. Decerto, você deve defrontar-se,
em seu trabalho, com determinados sinais que deverão desencadear uma espécie de
aventura épica à busca de respostas ou elementos que visem oferecer
instrumentos de fortalecimento ao seu trabalho e de resolução a alguns
problemas. A questão é que nem sempre esses sinais são percebidos.
Já escutei muito, nos lugares em que trabalhei: “...
eu não ganho para isso”, denotando estranhamento a algum movimento de ação
considerada injustificada simplesmente porque, segundo um critério considerado
prático, não traria nenhum dividendo real a quem o realizasse. Quer dizer,
segundo esse raciocínio, eu preciso ganhar alguma coisa (entenda-se ganho
financeiro) para encaminhar uma ação que, além de julgar essencial naquele
momento, estaria respaldada na variável profissional do meu trabalho.
Ora, você pode até defender o pensamento de que não
se faz Educação com mero idealismo, mas há de concordar, espero, que, na ação
educativa, o conceito de emergencial pede que o encaminhamento de soluções
alternativas deva ser rápido, em se tratando de estar atrelado ao processo de
desenvolvimento do ser humano. A minha ideia de demanda pedagógica está intimamente relacionada com a habilidade do
educador de ter uma visão superior ao individualismo do aspecto técnico e
burocrático do trabalho, para poder enxergar, na postura e atitudes dos alunos,
a necessidade de uma intervenção que venha a propor ações alternativas, com o
intento de dimensionar a tal intervenção como fator essencial no desenvolvimento
daqueles alunos. Assim, todos ganham com
isso.
É bem certo que o nosso sistema de ensino em quase
nada contribui para possibilitar ao professor o encaminhamento de ações
diferenciadas, mas acredito que o que se faz, nos espaços escolares, possa
converter-se em um redimensionamento mais positivo do trabalho pedagógico. Até
porque, a bem da verdade, é em nome dessa justificativa que pouco se tem feito
pela busca de melhorias no trabalho pedagógico. As acomodações surgem e nos colocam
a um bom distanciamento daquilo a que o nosso aluno está tentando nos dizer. Quando
perdermos o ranço burocrático e direcionarmos nosso esforço para a tradução do
que os alunos e o espaço estão tentando nos dizer – decerto, haverá muita coisa
nas entrelinhas -, é que acredito estarmos fazendo Educação.
Partir para o espaço da busca, em que nos vemos
desprovidos da segurança e bem estar a que nos remete a “zona de conforto” da
comodidade, parece-me o primeiro grande passo para vivermos em constante
vigilância daquilo que merecerá uma demanda.
E aí é ser observador... e ser destemido, sobretudo.
Lembre-se, apenas, de que o objetivo principal do nosso trabalho é contribuir
para a formação do ser humano. Esse que, nas comunicações mais sutis – ou não –
do espaço pedagógico pede-nos ajuda para o delineamento do seu desenvolver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário