Recentemente, eu li algo sobre o problema da indisciplina de comprometer o tempo do trabalho do professor. Já há algum tempo, essa questão da indisciplina desestrutura, sobremaneira, o fazer pedagógico. E a indisciplina assume várias facetas, desde as variáveis mais simples constituídas pelas farras infantis, até as de cunho mais agressivos e violentos por parte dos alunos.
Não é questão simples. É preciso haver um trabalho integrado e coletivo por parte do corpo da Escola - direção, coordenação, professores e demais funcionários. Na minha opinião, a primeira coisa a se fazer é que esse corpo assuma conceitos e regras coletivos a propósito da indisciplina. Não há fórmula pronta, mas, quando a Escola posiciona-se de forma integrada frente à indisciplina, torna-se mais fácil o trabalho com a questão. Um dos maiores entraves a esse propósito de integração é a criação de um espaço de conflito entre direção, coordenação e professores, em que uma das instâncias "sabota" algum tipo de orientação ou de determinação, favorecendo um espaço de caos. Nesse espaço de caos, fica difícil estabelecer sensos de organização - entre a direção e professores; entre os próprios professores; entre os alunos. A desorganização resultante é um ambiente propício para o estabelecimento da indisciplina.
Outro fator que observo na questão da indisciplina é a extensão dessa variável de integração a ser levada às relações com as famílias dos alunos. É preciso envolver, direta e objetivamente, os pais ou os responsáveis dos alunos com as questões emergentes do espaço pedagógico - desde as questões mais simples, como as de aproveitamento, até as mais difíceis de abordar, como são os casos de indisciplinas. Aqui, é preciso conscientizar as famílias que, ainda que elas insistam no fato de os seus filhos serem bonzinhos, que há uma larga diferença entre ser filho e ser aluno. A ideia é estender, de forma racional, aos pais e responsáveis, quando isso acontecer, a responsabilidade dos filhos neste ou naquele evento que desestruturou todo um trabalho. A parceria, elaborada de forma racional, com os pais e responsáveis, tem se revelado um grande aliado na resolução de alguns problemas de indisciplina.
O trabalho coletivo e integrado, seja na própria Escola ou em parceria com as famílias - pode constituir-se uma eficiente estratégia de diminuir os casos de indisciplina, que incomodam e atrasam as ações pedagógicas.
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