Minha amiga, Elizabeth O, uma cantora de primeira, viu, na semana passada, minha mensagem de reflexão com a frase de Paulo Freire sobre tolerância (a questão de conviver e aprender com o diferente e respeitá-lo). Mas não se contentou e disse-me que faltava algo. Vou tentar, então, desenvolver um pouco do meu pensamento sobre a questão da tolerância.
Um dos maiores males da humanidade, em todos os tempos, é, justamente, o princípio da intolerância - não sabemos conviver com quem pensa diferente dos nossos princípios (futebolísticos, políticos, culturais, de orientação sexual, religiosos etc.). Parece-nos, a princípio, que quem diferencia dos nossos pensamentos não merece nossa consideração e respeito, muito menos a nossa tolerância. Essa tem sido a fundamentação de muitas guerras e de muitos conflitos ideológicos que resvalam para a violência.
A tolerância, dizia Paulo Freire na frase que escolhi, é uma virtude. A que nos ensina, preciosamente, a entender essa diferença como elemento de colaboração para o meu crescimento. Sim, é no processo de convivência com as diferenças que aprendo os elementos básicos de respeito e de multiplicidade de aspectos que constituem os seres humanos. Nessa multiplicidade, não é preciso atribuirmos juízo de valor (um aspecto não é mais importante que outro, por exemplo), na medida em que cada aspecto dessa diversidade vai colaborar para o entendimento da importância da diversidade. E vai colaborar para a constituição de um ambiente macro, no qual as opiniões, as preferências, as crenças etc vão desenhar um corpo maior, pleno de referências variadas e significativas para o nosso desenvolvimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário