Quando estamos na função de educadores, com a responsabilidade de transmitir informações que podem ser convertidas em conhecimentos, é preciso que tomemos muito cuidado com o nosso discurso. Sobretudo, quando o material com que estamos trabalhando possa ser compreendido como uma verdade inabalável.
A posição de educador reflete, na maioria dos educandos, uma leitura de alguém que detém a verdade, sobre a qual não se pode haver discussões. Bom, essa é a visão clássica do par professor-aluno, perpetuada pelo inconsciente coletivo de muitas gerações.
Vez ou outra, deparamo-nos com algumas relações em que se pressupõe um posicionamento mais reflexivo. É quando essa visão clássica deixa de existir e os aprendizes sentem-se motivados a até contestarem alguns posicionamentos do educador. Mas é preciso que este crie e mantenha esse ambiente para que aqueles sintam-se nessa disponibilidade.
De minha parte, gostei de ver aquele posicionamento do profissional que respondia às indagações do jovem estudante, ansioso por descobrir maneiras e vieses do trabalho. Em quase todas as respostas, em que se podia pressupor divergências, o profissional começava a resposta com "na minha opinião..." e dizia o que queria dizer. E considero que esse é o caminho mais justo e honesto para ensinar. Determinadas questões, inclusive as técnicas, não privilegiam uma ou outra resposta apenas; em grande parte, a questão era, sim, de opinião pessoal... claro, fundamentada por experimentações e vivências, mas sempre opinião pessoal.
Quando o educando ouve uma resposta assim, ele consegue entender que não está diante de uma verdade absoluta e pode desenvolver o entendimento de que ele, também, é capaz de formular suas próprias opiniões. E presumo, ainda, que, certamente, ele vai entender que essa formulação vai ser fruto, exatamente, de estudos e realizações.
Na minha opinião, é assim que o ensino ganha positividade.
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